Miss Universo – Um olhar antropológico

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Categoria: SKU: 978-85-7474-702-6

Descrição

Autora: Ana Maria Fonseca de Oliveira Batista

ISBN: 978-85-7474-702-6

Páginas: 232

Peso: 350g

Ano: 2013

Capa: Rodrigo Poeta

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O Concurso Miss Universo, desde os anos 1960 e durante longo período encantou muitas gerações como um superevento. Neste livro a autora nos mostra como o Miss Universo constrói gênero, uma vez que reforça um dos elementos centrais do feminino, a beleza, sob a crença de que ela é “natural”. O discurso desse certame, no entanto, tem diferentes sentidos, oscilando entre o inato e o adquirido. Ao longo do tempo o que muda são os valores associados ao gênero dissimulados no conceito de beleza. A autora estuda o evento como um espaço de construção de gênero ao pesquisar e analisar durante quatro décadas e meia, desde a veiculação do concurso nas mídias impressa e audiovisuais até entrevistas com ex-misses Brasil e Universo.

A MSc Ana Maria Fonseca de Oliveira Batista é bacharel em Biologia, mestra em Antropologia Social, doutoranda em Estudos da Tradução, todos na Universidade Federal de Santa Catarina, professora e tradutora de língua inglesa com formação em Cambridge e professora de língua francesa com formação na Aliança Francesa.

Contato: [email protected]

Introdução

Esta dissertação e todo o trabalho que conduziu a ela representam uma tentativa no sentido de alcançarmos um entendimento mais amplo, não só acerca dos concursos de beleza, mas primordial e principalmente da construção das feminilidades no Brasil.
De modo mais especifico, nosso objetivo é discutir o Miss Universo como um espaço de construção de gênero em um de seus aspectos, o da construção de um tipo particular de beleza e dos valores nele embutidos. Em termos mais gerais, isto se reflete numa melhor compreensão da sociedade em que vivemos, já que, mesmo sendo o foco do estudo que estamos apresentando, os ideais de beleza e feminilidade enfatizados pelo concurso não foram, e não poderiam ter sido, discutidos isoladamente.
Ao falarmos de ideais de beleza e feminilidade, calcados em conceitos construídos, já evidenciamos seu caráter cultural e tornamos evidente a inserção desta pesquisa no campo de Gênero.
Segundo Grossi (1993:2), gênero é um conceito usado para abordar as relações entre homens e mulheres, relações que não são cristalizadas e que podem se modificar em diferentes situações culturais e históricas; gênero diz respeito a tudo que é social, cultural e historicamente determinado.
É o fato dos conceitos em questão não serem inatos nem cristalizados, o fundamento para a colocação da pergunta que norteia nosso trabalho: quais foram os ideais de beleza e feminilidade enfatizados pelo Miss Universo nas décadas de 1950 a 1990 no Brasil?
Acreditamos ser possível dar uma resposta a essa pergunta, fazendo uma análise que abrangesse o Miss Universo em si (sua concepção), a apropriação brasileira por parte da imprensa e o significado dos concursos no Brasil. E foi para isso que nos empenhamos aqui.

Mas antes que se empreenda essa análise há uma obrigatoriedade, que é apresentar a temática, falar sobre o tipo de Antropologia que se pretende praticar e descrever os procedimentos adotados na pesquisa, o que é feito no primeiro capítulo, A Pesquisa – Referencial Teórico e Metodologia, onde retomamos nossa relação com a realidade empírica que nos propusemos a estudar e alguns dos trajetos percorridos até chegar ao recorte evidenciado nesta dissertação e, falamos sobre a antropologia geertziana (conceito semiótico de cultura e o empreendimento etnográfico como um “risco elaborado para uma ‘descrição densa”), sobre o dialogismo, conforme percebido por Mikhail Bakhtin, e sobre noções de Marcel Mauss,2 no que concerne ao papel que têm neste trabalho, além de descrever a metodologia utilizada em todo o processo que lhe deu forma.

O segundo capítulo, O Gênero,”A Beleza”, evidencia nossa posição teórica dentro do campo de estudos de Gênero e,traz uma pequena “história da beleza”, que é colocada mais no sentido de ratificar nossa posição em relação à “beleza” e de introduzir o Miss Universo, servindo como ponto de referência a comentários posteriores, do que no sentido de se constituir em um histórico propriamente dito, o que exigiria enfoques e resgates diferentes. Também neste capítulo, ainda falando sobre posicionamentos em relação à beleza, aborda-se outras maneiras de vê-la.
No terceiro capítulo, O Miss Universo − Uma Etnografia, inicia-se a etnografia propriamente dita, falando-se sobre o concurso em si, sua concepção e atores sociais, abordando-o tanto como programa televisivo quanto como material da mídia impressa.
Já no quarto capítulo, Critérios de beleza − Uma construção particular de beleza feminina no Miss Universo, discutimos como se dá essa construção e mostramos os modelos, os ideais de beleza e feminilidade enfatizados pelo Miss Universo durante as últimas décadas.
Diferentemente dos conteúdos que se estendem do primeiro ao quarto capítulo que, embora não sejam compartimentos estanques, representam cortes ou seccionamentos essenciais como condição prévia a nossa própria discussão, o capítulo V, Concepções de beleza no Miss Universo como um espaço de construção de gênero − Considerações finais, apoiado no referencial teórico, e numa “interlocução” mais intensa com autores que estudam a influência da mídia na estruturação de identidades, tenta dar uma visão global do que foi exposto, bem como, sem a pretensão de um caráter conclusivo, discutir alguns pontos importantes e preocupantes, levantados em consequência das duas grandes questões por nós abordadas no decorrer do trabalho: os diferentes significados da beleza enquanto ‘mística feminina’ e o concurso Miss Universo – visto como um evento ideológico produzido por diferentes articulações (mídia, globalização cultural etc.).

Informação adicional

Peso 350,00 g
Dimensões 15 × 21 cm

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