Jornalismo e tecnologia

Descrição

Série Estudo em jornalismo e mídia – Ano IV nº 2 – 2º semestre 2007

ISSN 1806-6496

Páginas: 168

Peso: 390g

Ano: 2007

ATENÇÃO ÚLTIMOS EXEMPALRES NO ESTOQUE POSSUI MARCAS DO TEMPO

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A edição deste segundo número de 2007 completa os marcos inaugurais do curso de Mestrado em Jornalismo da UFSC, iniciado em agosto. Publicada desde 2004, a revista Estudos em Jornalismo e Mídia assume agora novos desafios. Para além de seguir publicando investigações representativas desta área, pretende, com ainda mais esforços, se constituir como um lugar de convergência na tarefa da compreensão técnica, teórica, metodológica e epistemológica do campo jornalístico.

Para configurar seu modo identitário dentro do universo de publicações da área da Comunicação e consolidar afinidades com o Programa de Mestrado, a revista se posiciona na divulgação de estudos que têm como opção responder às questões sobre processos e produtos jornalísticos e sobre fundamentos do jornalismo. Isso quer dizer que interessa à publicação desde as investigações de especificidades, como formatos, gêneros, linguagens, tecnologias, rotinas produtivas e organizacionais, até as que tratam de pressupostos e dimensões conceituais do jornalismo, entendido como processo histórico e político, exercício ético e estético, mediação cultural, discurso e forma de conhecimento, inclusive em situação relacional e transdiciplinar. Diante de tão imodesta tarefa, a revista quer contar com pesquisas desenvolvidas por brasileiros e também com estudos de pesquisadores de outros países, especialmente os latinos e ibero-americanos, com os quais os professores do Programa vêm estabelecendo aproximações.

Nesta edição especificamente, o Núcleo Temático trata da ação da tecnologia na prática jornalística, com artigos que discutem o webjornalismo colaborativo; os conceitos de conexão, convergência e interatividade; a formação do jornalista em tempos de mídias digitais; a eficácia do uso de folksonomias no jornalismo; e a incompatibilidade do modelo tradicional de televisão frente ao novo ambiente digital.

Na seção Temas Livres, duas pesquisas se concentram em coberturas jornalísticas: estudo do nacionalismo na imprensa brasileira quando da nacionalização do petróleo na Bolívia; e análise dos jornais catarinenses no escândalo da Operação Moeda Verde. Outro trabalho aborda a mobilização política da sociedade civil em jornais de bairro de Porto Alegre. O seguinte retoma os estudos da linguagem e do discurso para requerer deslocamentos frente às tradicionais teorias da comunicação midiática. Voltados para expressões jornalísticas do passado, dois artigos encerram esta seção. Um ouve a memória nos textos de um jornalista potiguar no exílio e outro perscruta nas crônicas esportivas de Nelson Rodrigues vestígios de uma identidade nacional e de um tempo imediatamente anterior à instauração da indústria cultural no país.

Tanto a Entrevista como a Resenha se inserem dentro da temática da edição. Marcios Palácios, o entrevistado, discute a tecnologia da internet no ensino e na pesquisa do jornalismo, retomando velhas questões e propondo outras novas no trato da informação jornalística. O livro Periódicos: sistemas complejos, narradores en interacción, de Mar de Fontcuberta e Héctor Borrat, vem justamente trazer reflexões sobre o jornalismo no cenário tecnológico de novas mídias, sugerindo a todos nós que a verdadeira convergência é aquela capaz de combinar, no jornalismo, recursos de tecnologia com relevância social, e cuja centralidade passa pelo ofício narrativo, aquele que, como aponta o resenhista, estimula a visibilidade, a inteligibilidade e a sensibilidade a respeito do mundo em que vivemos.

Gislene Silva
Editora Responsável