Descrição
Organizadores: Marianne Stumpf, Ronice Müller de Quadros e Tarcísio de Arantes Leite
ISBN: 978-85-7474-724-8
Páginas: 248 il.
Peso: 390g
Ano: 2014
Capa: Lucas Müller de Jesus
A Série Estudos de Língua de Sinais compreende publicações de pesquisas em duas áreas de investigação, a Linguística e os Estudos da Tradução.
Esta Série é um desdobramento das pesquisas desenvolvidas nos Programas de Pós-Graduação em Linguística e Estudos da Tradução, da Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC. A proposta surge com o crescimento das pesquisas realizadas com a língua brasileira de sinais, tanto no escopo dos próprios programas, como em outros programas de pesquisa.
O movimento de inserção dos surdos no espaço acadêmico, garantido pelas legislações atuais de acessibilidade e reconhecimento de sua língua, tem possibilitado avanços nas pesquisas relativas à Língua Brasileira de Sinais. Os recursos tecnológicos ampliam ainda mais as perspectivas destas pesquisas e interações entre as pessoas surdas.
Neste segundo volume da Série Estudos da Língua de Sinais, damos continuidade ao propósito de garantir espaço aos profissionais da área do ensino da libras e de tradução e interpretação de libras para que suas produções sejam compartilhadas com a comunidade científica e demais profissionais interessados nas pesquisas com essa língua.
Na primeira parte, apresentamos inovadoras pesquisas no campo dos estudos linguísticos, iniciando com uma exploração da importância da constituição de corpora relativo às línguas de sinais utilizadas por comunidades surdas brasileiras, particularmente da língua brasileira de sinais (Libras). O artigo de Ronice Müller de Quadros e Tarcísio de Arantes Leite traz uma reflexão importante acerca do estatuto de risco das línguas de sinais, destacando a necessidade da documentação para a preservação dessas línguas enquanto patrimônio cultural dos surdos brasileiros e para a promoção da diversidade linguística e cultural necessária a uma real inclusão educacional e social dos surdos no país.
Aprofundando a reflexão sobre os fenômenos linguísticos da libras, os autores Ronice Müller de Quadros, Janine Soares de Oliveira e Ramon Dutra Miranda descrevem o papel fundamental da constituição do corpus de sinais da Libras através do Identificador de Sinais, uma ferramenta metodológica que permite identificar os sinais e suas respectivas glosas para a realização dos
registros das produções na Libras.
A seguir, o artigo de Lídia da Silva relata sua pesquisa linguística realizada observando uma criança surda em fase de aquisição da linguagem, buscando averiguar em que proporção a criança surda em questão produz, em fase de aquisição da linguagem, aspecto, via lexicalidade e via flexão morfológica. O doutorando Victor Hugo Sepulveda da Costa descreve, em seu artigo, interessante linha de pesquisa, no sentido de demonstrar que as línguas de sinais, por não fazerem uso da dimensão sonora da língua, exploraram ao
máximo a iconicidade de configurações de mão combinando-a com diferentes movimentos e pontos de articulação para produzir inúmeros sinais com sentidos concretos e abstratos.
Na região Nordeste, Evangelina M. Brito de Faria, Marianne Carvalho Bezerra Cavalcante e Wanilda Maria Alves Cavalcanti coletaram dados acerca do uso da Libras nos municípios de João Pessoa e de Recife, testando a aplicabilidade do Inventário Nacional da Diversidade Linguística para a LIBRAS, como instrumento de valorização e reconhecimento da diversidade linguística no Brasil.
O trabalho de Rossana Finau tem como objetivo apresentar uma visão geral da organização do sistema de quantificação em Libras. Essa amostra inicial abre as portas para novas pesquisas e permite dizer que Libras, uma língua viso-espacial, essencialmente, apresenta os mesmos tipos de mecanismos atestados para a expressão de quantificação em línguas orais.
Marianne Rossi Stumpf, Janine Soares de Oliveira e Ramon Dutra Miranda relatam o projeto de elaboração e disponibilização do Glossário Letras–Libras, o qual tem explorado os recursos tecnológicos disponibilizados pela
UFSC para ampliar o léxico de Libras de forma responsável e consciente, especialmente nas áreas de educação e linguística. Em seu artigo, apresentam o desenvolvimento desse repertório lexicográfico, destacando as principais decisões metodológicas que envolvem conhecimentos de linguística da Libras, bem como a relevância do uso da Escrita de Sinais como base para organização do sistema.
Outra linha de pesquisa inovadora é a de Débora Campos Wanderley, que foca o lúdico na produção em escrita de sinais. A pesquisadora visa uma contribuição para um novo campo de estudo na pedagogia bilíngue para surdos, comprovando que o lúdico na prática docente, com seus benefícios para o processo na produção e leitura também se torna uma experiência mais dinâmica e mais significativa na aprendizagem da escrita de sinais.
Na segunda parte desse volume, temos as pesquisas desenvolvidas no campo dos Estudos da Tradução. Essa parte é iniciada com uma contextualização dos estudos de Márcia Felício defendendo o tradutor, intérprete como
mediador cultural, pois traduzir entre duas línguas exige conhecimento das culturas envolvidas, criando entendimento mútuo entre as culturas, promovendo integração e experiência.
A seguir, Rachel Sutton-Spence e Ronice Muller de Quadros investigam o quanto de informações de ordem linguística alguém que não conhece uma dada língua de sinais precisa para entender o significado de uma poesia em sinais, e buscam identificar suas necessidades para o entendimento dos poemas.
Encerramos o nosso segundo volume da Série Estudos da Língua de Sinais exemplificando como as inovações tecnológicas, notadamente a possibilidade de registro e compartilhamento de vídeos tem favorecido a pesquisa de produções literárias em língua de sinais. Em seu trabalho, Fernanda de Araújo Machado identifica exemplos de uso criativo da língua e mostra a riqueza
que as experiências vividas pelos sujeitos Surdos podem trazer se produzidos como literatura, através da análise de dois poemas de autores surdos.
Sumário
Apresentação
Marianne Rossi Stumpf
Ronice Müller de Quadros
Tarcísio de Arantes Leite
Parte I
Estudos linguísticos
Línguas de sinais do Brasil: reflexões sobre o seu estatuto de risco
e a importância da documentação
Tarcísio de Arantes Leite, Ronice Müller de Quadros
ID-Sinais para organização e busca de dados em corpus de Libras
Ronice Müller de Quadros, Janine Soares de Oliveira
Ramon Dutra Miranda
Investigando a aquisição da categoria aspectual
na Língua Brasileira de Sinais
Lídia da Silva
Gestualidade e iconicidade nas línguas naturais:
a configuração de mão da Língua Brasileira de Sinais
Victor Hugo Sepulveda da Costa
Cenas da Libras no Nordeste: um estudo comparativo da língua
nas cidades de João Pessoa e Recife
Evangelina M. Brito de Faria, Marianne Carvalho Bezerra Cavalcante
Wanilda Maria Alves Cavalcanti
Uma análise do Sistema Quantificacional da Libras
Rossana Finau
O Glossário Letras-Libras como instrumento para estudo
de unidades terminológicas em Libras
Marianne Rossi Stumpf, Janine Soares de Oliveira
Ramon Dutra Miranda
O lúdico na produção e leitura em Escrita de Sinais
Débora Campos Wanderley
Parte II
Estudos da tradução
O papel da tradução e interpretação
na contação de histórias pelos surdos
Márcia Dilma Felício
Performance Poética em Sinais: o que a audiência precisa
para entender a poesia em sinais
Rachel Sutton-Spence, Ronice Müller de Quadros
Simetria: poética em língua de sinais
Fernanda de Araújo Machado
Autores
Débora Campos Wanderley
Evangelina M. Brito de Faria
Fernanda de Araújo Machado
Janine Soares de Oliveira
Lídia da Silva
Márcia Dilma Felício
Marianne Carvalho Bezerra Cavalcante
Marianne Rossi Stunpf
Rachel Sutton-Spence
Ramon Dutra Miranda
Ronice Müller de Quadros
Rossana Finau
Tarcísio de Arantes Leite
Victor Hugo Sepúlveda da Costa
Wanilda Maria Alves Cavalcanti
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