Descrição
Autora: Marlene Vieira Perez
ISBN: 978-65-88401-30-9
Páginas: 130
Peso: 215g
Ano: 2020
Marlene é um desafio, afinal, é portadora de uma escrita inesperada, além de ser alguém além de seu tempo de mulher, mãe, avó e professora. Como seus textos, não se deixa encaixar em um gênero ou estilo, foge deles. É rebelde e contraditória, pois quer contar uma história divina e devassa. É mulher que não cala.
(…)
E por ser desbocada, a poeta, travestida de Marlene, faz-se presente, sendo uma bruxa condenada à fogueira. Logo, é um livro que, ao desconstruir contos do vigário e contar história sem carochinha, atrai o leitor, seja pela forma às vezes futurista de escrever, seja pela coragem de dizer e desdizer o que muitos temem. Rosane Cordeiro
Marlene Vieira Perez é poeta inconformada. Dispensa a forma fixa, os moldes literários estabelecidos e as margens do texto. Aliás, é nas margens onde reside a poesia surpreendente de Marlene. Não que seja uma escritora marginal (nada mais dentro dos conformes hoje em dia do que ser marginal). É inconformada porque seu texto contempla a mulher romântica, a mãe, a funcionária professora e do lar, para em seguida se estilhaçar na negação de todas elas. É preciso a mão da poeta para subverter o cotidiano em poema. Marlene não se detém à prosa ou à poesia. Há poesia em sua prosa e há prosa em alguns de seus poemas, porque sua poesia comunica, sem jamais ser prosaica. Há também o olhar da cronista atenta às injustiças, e elas estão desde sempre por aí. Este é o segundo livro de Marlene lançado pela Insular. O primeiro, Boca de mulher, já havia nos surpreendido pela escritora livre, mas com pleno domínio de seu texto. Neste Uma Questão de Poética seguimos presos pela sua escrita subversiva, na mais santa acepção da palavra. “Quem gosta de mãe é bandido”, diz um dos versos do poema “Indulto”. Ganhamos todos nós.
Marlene Vieira Perez, MPerez, nasceu em 1935 na Ilha de Santa Catarina. Desde cedo se encantou em ler, escrever, cantar e atuar no rádio. Cozinhou, limpou e bordou, sem nunca ser reprovada na escola. Seu primeiro emprego foi de auxiliar de secretária no Instituto Brasileiro do Café. Depois veio Farmácia, Direito, casamento e três filhos, agora doutores. Logo, professora, enveredou para o campo das letras e das ciências naturais. Em São Paulo formou-se em Línguas na USP, e depois em Pedagogia. E vieram estudos de Homeopatia.
Voltou à ilha mágica para viver na “Morada da Velha Gralha Azul” entre belos jardins, chás, poções, xaropes, unguentos, pomadas e derivados afins. E a poesia concreta a cercou. Viciada em escola, aos 84 anos e aposentada, continua aluna e mestra. É religiosa da linha ecumênica. “Embaso tudo na consciência mística do Universo. Que belo! Enveredo pelo assunto engatinhando em física quântica. Fascinante”, diz a autora. É autora de Boca de Mulher, volume 13 da Série Palavra de Mulher, publicado pela Editora Insular.
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