Palmira e Damião 2ª edição

Nesta obra, o autor, levado pelas asas da Força Aérea a percorrer toda a Amazônia, narra particularidades históricas e geográficas que, se não são segredos, permanecem desconhecidas de grande parte dos brasileiros. Por meio de conversas com ribeirinhos, barqueiros, garimpeiros, trabalhadores, indígenas, políticos, aventureiros, religiosos, militares, migrantes, e toda sorte de seres humanos, Luiz Moreira nos transmite um pouco do que é a Amazônia, seus habitantes e seus dramas pessoais.

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No final do século XIX, a demanda internacional por borracha e a seca intensa criaram um fluxo migratório de cerca de 500 mil pessoas, do Nordeste à Amazônia. Porém, por volta de 1910, a produção de borracha no Oriente pela Inglaterra, principalmente na Malásia e no Sri Lanka, estancou esse movimento. Os ingleses contrabandearam 70 mil sementes de seringueiras do vale do rio Tapajós e, em plantações planejadas, tiveram uma produtividade superior à brasileira.
Após a eclosão da Segunda Guerra Mundial, com a diminuição da produção inglesa e a necessidade de borracha para a fabricação de equipamentos militares, o Governo de Getúlio Vargas institucionalizou o programa “Soldados da Borracha” e se forma um novo fluxo migratório para a região amazônica. Contudo, nas relações de trabalho predomina o perverso sistema do “Aviamento”, pelo qual os seringueiros recebiam dos donos dos seringais os alimentos necessários para a sua subsistência e trabalho, depois descontados de seus “salários”, gerando ao final uma impagável dívida com seus “patrões”.
A construção da Transamazônica, no início dos anos 1970, abre um novo fluxo migratório à Amazônia, não só de nordestinos, mas de brasileiros de todas as regiões, e não em busca do látex, mas para trabalhar na agricultura, com a criação das agrovilas. Também a mineração é um atrativo, com o garimpo individual e em larga escala. É nesse novo cenário que transcorre o enredo deste livro, quando um casal sertanejo nordestino, Palmira e Damião, decide abandonar sua terra para conquistar um futuro melhor para seus filhos, passam pela capital de seu estado e seguem para Roraima. O convicto pai mergulha nas inseguras e inóspitas condições da garimpagem.

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José Luiz Moreira, natural de Santos, São Paulo, é Coronel Aviador reformado da Força Aérea, onde serviu por trinta e três anos, dezesseis dos quais na Amazônia. Ao passar para a reserva, deu instrução de voo em aeroclube e voou na aviação executiva por doze anos. Lança seu livro aos 75 anos de idade, fruto da sua vivência na Força Aérea e na Amazônia, quando foi atento observador da Terra, do Homem e do Meio. Mora em Natal e atualmente sua principal atividade é fazer a condução escolar de seus netos.