Uma imprensa livre e responsável

R$44,00

43 em estoque

Categorias: , SKU: 978-65-88401-24-8

Descrição

Série Jornalismo a Rigor volume 18

Comissão de Liberdade de Imprensa

Comissão Hutchins

Tradução para o português com comentários de Murilo César Ramos e Fernando Oliveira Paulino

ISBN: 978-65-88401-24-8

Páginas: 146

Peso: 195g

Ano: 2020

Juntamente com seu interesse no fluxo da informação pública, a Comissão preocupou-se com o fluxo de ideias. A Comissão sabe que uma terrível maldição da vida contemporânea é a enxurrada aterrorizante de palavras com as quais os meios de comunicação de massa ameaçam inundar o cidadão. Qualquer um sem nada a dizer pode dizer o que quiser pelos meios de comunicação de massa se tiver um assessor de imprensa, ou uma reputação considerável, ou um grupo de pressão atuante por trás de si; ao passo que, mesmo dispondo de tais vantagens, qualquer um com algo a dizer tem grandes dificuldades de dizê-lo na comunicação de massa se isso for de encontro às ideias dos proprietários, editores, dos grupos de pressão contrários ou do preconceito popular. A enorme influência da imprensa moderna torna imperativo que os grandes meios de comunicação de massa mostrem abertura às ideias das quais seus proprietários não compartilhem. As recomendações da Comissão não são surpreendentes. O mais surpreendente sobre elas é que nada de mais surpreendente poderia ser proposto. É da maior importância, então, que essas coisas sejam feitas de fato e que o negligenciamento delas, que hoje põe em perigo a liberdade de imprensa, seja substituído por uma preocupação séria e contínua com a relação moral da imprensa com a sociedade.
Robert Hutchins

Presidente da Comissão de Liberdade de Imprensa

“Se a teoria na prática é outra, então há algo errado na teoria.” Com esta constatação, feita há duas décadas, Adelmo Genro Filho nos desafiou a construir uma autêntica Teoria do Jornalismo. Mas, como na mesma época observou Nilson Lage, essa seria uma tarefa para mais de uma geração. A Série Jornalismo a Rigor é uma iniciativa da Editora Insular, em parceria com o Programa de Pós-Graduação em Jornalismo da UFSC, que vem se somar a este esforço coletivo que já tem história no campo. Objetiva publicar reflexões acadêmicas de alto nível que contribuam para elevar o senso crítico e a qualidade da prática do Jornalismo como atividade intelectual.
Com vocação multidisciplinar, a Série aponta, no entanto, para a construção de uma Teoria do Jornalismo de direito próprio, que responda às questões suscitadas de dentro desta importante prática cultural. Procura assim ajudar na superação do complexo de inferioridade de uma área que se deixou colonizar intelectualmente. Não deixa, com isso, de agregar as contribuições das áreas vizinhas, mas, como propunha Otto Groth, as situa sempre como “ciências auxiliares” da nova disciplina. Busca também enfrentar os muitos preconceitos contra o Jornalismo, gerados em setores acadêmicos e campos sociais outros, e tantas vezes internalizados de forma acrítica pelas escolas de comunicação.
Série Jornalismo a Rigor entende a Teoria como um percurso que necessariamente se distancia da prática, mas apenas para vê-la de um outro modo. Objetiva voltar a ela para transformá-la, e perde o sentido se ficar no meio do caminho: Paulo Freire advertia que o mero “balé dos conceitos” vira uma atividade supérflua que distrai a vida acadêmica e a afasta da realidade. Como nas Teses sobre Feuerbach, a práxis aqui é vista como fundamento autêntico e finalidade de toda a teoria. A práxis em que está focada a Série é a que ocorre no Jornalismo, produção social de conhecimento diferenciada, estratégica e imprescindível para a sociedade contemporânea. Que, por tudo isso, precisa sempre ser melhor pensada.

Eduardo Meditsch
Diretor da Série Jornalismo a Rigor

 

O relatório da Comissão Hutchins propunha uma nova agenda para a imprensa, e a mídia em geral, a partir de um conjunto de orientações que apelavam à responsabilidade como contrapartida à liberdade de imprensa, pois a responsabilidade, tal como o respeito pelas leis, não é em si mesma um entrave à liberdade, pelo contrário, pode ser a expressão autêntica de uma liberdade positiva. Ele se opõe, não obstante, à “liberdade da indiferença”, sendo frequente a ideia de que a pretensa liberdade de imprensa não pode ser sinônimo de uma forma da irresponsabilidade social. Segundo o relatório, a imprensa deve saber que os seus erros e as sua paixões deixaram de pertencer ao domínio privado para se tornarem perigos públicos, pois se ela se equivoca, engana a opinião pública. Não é possível dar-lhe, como a qualquer pessoa, o direito ao erro ou mesmo o direito de só ter meia razão. O documento apontava para a duplicidade do serviço da imprensa, privada e livre (por isso humana e falível) e, no entanto, sem a possibilidade de falibilidade como justificativa porque presta um serviço público.
Murilo César Ramos e Fernando Oliveira Paulino,
no prefácio da edição em português

 

Informação adicional

Peso 300 g
Dimensões 14 × 21 cm

Avaliações

Não há avaliações ainda.

Seja o primeiro a avaliar “Uma imprensa livre e responsável”

Você também pode gostar de…