Descrição
Autoras: Fátima Silva e Sandra Crochemore Ribes
ISBN 978-85-7474-511-4
Páginas: 108 ilustrado
Peso: 210 g
Ano: 2010
Fátima Silva
Querido leitor,
Ando escrevendo. Sinto dizer, mas é isso mesmo: ando escrevendo!
Escrevendo o que vejo, o que me causa, escrevendo coisas que,
desconfio, não servirão para coisa alguma edificante, a não ser causar
o desconhecido. Não quero salvar, nem ensinar. Não almejo compreender,
nem apreender. Evitarei com todas as forças, caríssimo leitor, desfraldar
bandeiras das minorias, sejam empobrecidas, étnicas, sociais,
linguísticas, de gêneros ou o mais que se possa encontrar no mundo
salvacionista ou da funcionalidade. (…)
Ela:
Há muitas delas nela. São elas, as tantas Fátimas, que procuram surgir nestes escritos. Fora isso, estudou Letras e desde pequena sabia que trabalharia com as forças, as tensões
e loucuras da educação. Clandestina em qualquer lugar, faz sobrevoos: nasceu na Baixada Fluminense, morou no interior do estado de Santa Catarina, fora do país e tem o green card de mané da ilha.
Atualmente é coordenadora da Escola Sarapiquá.
[email protected]
Conheci Maria em 1988, nos meus
primeiros meses…
Com os meus erros, conheci a Fátima…
Algumas décadas de convivência, conheci
a Maria de Fátima Silva e junto veio a descoberta
de que a vida é feita de certos e errados
e temos que lidar com tais momentos.
Vi a explosão e a vida que existiam
dentro dela. Vi a paixão pelo seu ideal que
jamais ofuscou o fato de que aprender acontece
durante toda a vida, bem como errar.
Te amo, mãe,
Sandra Crochemore Ribes
O texto mora em mim. O texto me habita. Melhor,
me precede. O texto existe por si… tem vida própria.
O texto me forja enquanto forjo o que já é
por meio da palavra. E é a partir da palavra que
me confronto com o que ainda não está. Não há
outra coisa a fazer senão escrever. Sou nocauteada
pelo texto. A escrita me liberta na dimensão
em que o texto me escraviza. Ao libertar a
palavra, faço buscas em mim e no outro. Ao
libertar a palavra experimento… me experimento.
Ao libertar a palavra transmuto perguntas, verdades
e trajetórias. (…)
Do mato, terras e águas do Quilombo – 7° Distrito de Pelotas/RS – onde as gentes e suas singularidades já capturavam seu olhar e encantamento, Sandra partiu
para Florianópolis, dando continuidade ao trabalho com a educação. Eterna aprendiz, vem se constituindo educadora em espaços formais e informais. Aposta nas gentes… e nessas em companhia. Pedagoga, sim! Sua experiência junto às gentes das comunidades de ocupação organizada do Bairro Monte Cristo proporcionou o mestrado em educação e movimentos sociais – UFSC. É coordenadora pedagógica na Escola Sarapiquá e educadora na Casa Chico Mendes.
[email protected]
Conheci a minha mãe há mais de 18 anos
atrás. Tenho certeza de que as nossas conversas
vêm desde o útero e que a nossa afinidade
transcende a vida. Venho conhecendo a
Sandra Crochemore Ribes a cada dia. Sandra
de mil faces, mas que se resume em apenas
uma palavra: MULHER – assim, em letra maiúscula
mesmo. Mulher sensível, amorosa, humorada,
intensa, guerreira, típica mulher brasileira,
como você, leitora, e como eu sonho ser.
Te amo mãe, desde o útero.
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