Engenheiro e a Sociedade: como transformar a sociedade de classes através da ciência e tecnologia

Descrição

Série Tecnologia Social – Volume 1

Autores: Renato Dagnino, Henrique Tahan Novaes, Lais Fraga

ISBN: 978-85-7474-700-2
Páginas: 160 il.
Peso: 255g
Ano: 2013

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Embora os autores coloquem a espirituosa dúvida se este é um livro “para” ou “sobre” engenheiros, não há incerteza quanto ao seu propósito de interagir com aqueles interessados em promover as mudanças sociais que o país necessita, propondo uma reflexão sobre a função que desempenham na sociedade.
É lugar-comum ouvir-se que o engenheiro preocupa-se apenas com a técnica, que é frio e insensível às questões sociais e políticas – “exato demais e humano de menos” –, que a formação em engenharia vai mal e cada vez mais antiquada.
O atual modelo de formação, com faculdades incapazes de facultar ao engenheiro a capacidade de conceber novas formas tecnológicas não interessa. Enfrentar este desafio, portanto, é refutar a separação entre a teoria e a prática, compreender a não neutralidade da tecnociência e a sua relação com as forças estruturantes da sociedade, e conceber opções tecnológicas que fomentem um desenvolvimento socialmente justo, economicamente igualitário e ambientalmente responsável.
Vale destacar a abordagem do movimento da Economia Solidária e da Tecnologia Social, cuja originalidade e potencial transformador evidenciam a importância deste livro.

Renato Dagnino

Professor titular na Unicamp nas áreas de Estudos Sociais da Ciência e Tecnologia e de Política Científica e Tecnológica tem atuado como professor visitante em várias universidades latino-americanas. Seus livros mais importantes são Ciência e Tecnologia no Brasil: o processo decisório e a comunidade de pesquisa e Neutralidade da Ciência e Determinismo Tecnológico. Tem várias publicações, entre as quais destacamos Tecnologia Social: ferramenta para construir outra sociedade e Tecnologia Social: contribuições conceituais e metodológicas.

Henrique Tahan Novaes

Docente da Faculdade de Filosofia e Ciências (Unesp−Marília). Professor do Programa de Pós-graduação em Educação. Doutor em Política Científica e Tecnológica (Unicamp). Seus livros mais importantes são O fetiche da tecnologia−A experiência das fábricas recuperadas e Reatando um fio interrompido−A relação universidade-movimentos sociais na América Latina.

Lais Fraga

Graduada em Engenharia de Alimentos pela Unicamp, mestre e doutora em Política Científica e Tecnológica pela mesma universidade. Foi formadora da Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares (ITCP/Unicamp). Atualmente é Pesquisadora Colaboradora na Unicamp e, sempre será, educadora popular.

“Este livro, escrito sob a forma de um diálogo com os engenheiros interessados na mudança social, traçou alguns conceitos que consideramos necessários para uma reflexão sobre o papel do engenheiro na sociedade.”

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“Alavancar uma sociedade alternativa, baseada em outros valores, interesses e atores, exige do engenheiro uma reflexão profunda sobre a não neutralidade da tecnociência e a relação que esta tem com as forças que estruturam a sociedade.”

***“O engenheiro deve ser capaz de formar a sua visão de mundo, escolher seu projeto de sociedade e atuar conforme as suas escolhas. E é por isso que acreditamos que a educação Ciência, Teconologia e Sociedade pode promover as bases cognitivas dessa mudança na formação dos engenheiros.”

***“(…) levaria à construção de uma sociedade diferente da atual, baseada em valores e interesses coerentes com a justiça social, a igualdade econômica e a responsabilidade ambiental e, por isto, mais adequada à realização das potencialidades humanas.”

***“Nossa expectativa é que este livro tenha podido interessar a dois perfis de leitores e possibilitar dois tipos de leitura: a do “engenheiro”, incluindo aqui os profissionais interessados em temas de natureza técnica e econômica; e a, específica, do ativista social, que visualiza os movimentos da Economia Solidária e da Tecnologia Social como um vetor de transformação capaz de adquirir a importância que têm outros movimentos sociais atualmente mais em evidência, como os associados à luta pela terra e pela moradia, posicionados num patamar mais alto de organização e visibilidade.”