Uma memória volátil fixada pela fotografia: A Biblioteca Pública de Santa Catarina (1980 – 2011)

Descrição

Organizadora: Gisela Eggert-Steindel
Luciane Gonçalves Toledo, José Augusto da Silva Neto, Ana Caroline
Remor Corrêa, Ana Clara Mitsuko Wada

ISBN: 978-85-7474-695-1
Páginas: 84 il.
Peso: 130g
Ano: 2015
Insular Livros

Criação da Capa: Luani de Liz Souza

Prefácio

Guardar uma coisa não é escondê-la ou trancá-la.

Em cofre não se guarda coisa alguma.
Em cofre perde-se a coisa à vista.
Guardar uma coisa é olhá-la, fitá-la, mirá-la por admirá-la,
isto é, iluminá-la ou ser por ela iluminado.
Guardar – Antônio Cícero

As palavras extraídas de poema de Antônio Cícero são aqui
chamadas para falar do livro Uma memória volátil fixada
pela fotografia: A Biblioteca Pública de Santa Catarina
(1980 – 2011), organizado por Gisela Eggert-Steindel, que guarda
imagens desta Biblioteca, imagens que geram outras imagens, conforme
as lentes de seu leitor.
É uma reunião do produto de mãos responsáveis por “click’s”
que registram cenas, que decidem o que guardar e que assim ajudam
a construir uma imagem pública. Imagens que registram representações
mas que também representam a instituição e os usos que dela
se faz – a “presentificação de uma ausência”. Um conjunto de cenas
que não é “um espelho da realidade”, mas que a espelha em seus
fragmentos. Fragmentos que registram e revelam cenas que compõem
parte do percurso desta instituição na sua ação cultural, na
formação continuada, nas visitas orientadas.
Nas imagens, cenas que retratam a localização do prédio na
cidade – “um edifício-conhecimento em meio a estabelecimentos
financeiros e comerciais da capital catarinense” –, seu controle de
entrada, formas de composição e organização do acervo e um pouco
sobre o estado de conservação e possibilidades de acomodação para
o público leitor.
“Fazeres da biblioteca” traz um conjunto de imagens que dão
pistas acerca de práticas e investimentos, equipamentos e serviços
oferecidos ao público e objetos utilizados pelos usuários. Outras
cenas capturadas informam sobre a composição dos espaços e seu
mobiliários, os arranjos possíveis (às vezes o improviso), os objetos
inusitados: o piano, cadeiras da fábrica de móveis Cimo tão representativas
de uma época e de um lugar social, teclas de uma máquina
de escrever tendo como fundo uma tela de computador… imagens
que retratam e retratos que produzem imagens. Imagens aqui guardadas
e que registram um percurso – a trilha de uma pesquisa – caminho
generosamente compartilhado.