Descrição
Autor: Antônio Karam
Páginas: 64 il.
Peso: 140g
Ano: 2019
As páginas a seguir são uma oferta generosa do autor aos seus leitores e são também a manifestação de seu desejo de permanecer, de estar presente. E ele está, afinal tem “alma vibrante e folgada de guri”, e não quer “água cediça, parada, criando limo”, quer ser “água corrente”: “Quero ser o sol a rasgar cada manhã”!
O fato é que o quarto livro do Amigo Velho é um conjunto delicioso de homenagens, reflexões e sentimentos de amor, saudade, sabedoria e religiosidade. Os poemas exaltam as forças da terra e da natureza, e cantam Bagé, que não é mais uma cidade, mas um território-sentimento. Nas páginas de Karam, correm os rios, cruzamos os campos, enfrentamos a geada e sentimos os ventos e o trovão. Pássaros e rãs nos visitam, e os temas do passado, do presente e do futuro são constantes. As palavras são delicadas, os versos artesanalmente construídos e os poemas pacientemente emoldurados por lucidez e espontaneidade.
Rogério Christofoletti
Sou um editor de mais de mil títulos já publicados, mas esta obra de Antônio Karam é especial. Foi escrita por um homem às vésperas dos 105 anos, meu conterrâneo de Bagé, e muito me honra escrever neste espaço.
Nosso autor é um homem de três séculos. Admirem-se!
Segundo um dos maiores historiadores que passaram por essa terra, Eric Hobsbawm, o século XX ficou encolhido entre a deflagração da Primeira Guerra Mundial e a desagregação da União Soviética, ou seja, entre 1914 e 1991, vigorando, portanto, apenas por 77 anos. O escritor deste livro faz parte de uma pequena parcela da humanidade que nasceu em 1915, portanto quase no final do século XIX, segundo a tese do genial historiador inglês, vivenciou todo o século XX e adentrou ao XXI pleno de vida, poesia e sentimentos.
Nelson Rolim de Moura
Antônio, ou Aissar, como é seu nome na família, é o filho mais velho de Antônio Francisco e Mery, vindos do Líbano e estabelecidos no Passo do Salso, no antigo sétimo distrito de Bagé, entre o final do século XIX e início do século XX, com campo e armazém. Nasceu e viveu ali até perto de completar nove anos quando, devido à Revolução de 1923, a família emigrou para o lado uruguaio, no Passo Maria Isabel. Dali saíram para Pelotas, em 1924 e, juntamente com seus irmãos, ingressou no Ginásio Gonzaga em 1925. De lá foi para a cidade de Bagé, trabalhou no comércio com seu pai e, tempos depois, em 1940, entrou para o Banco do Brasil, onde trabalhou até se aposentar em 1971.
Escreveu no Correio do Sul (diário bageense fundado em 1914) de 1944 até início do século XXI, quando o jornal encerrou suas atividades. Da sua coluna Amigo Velho, originaram-se os livros Amigo Velho I − Poesias (1985), Amigo Velho II – Contos (1990) e Amigo Velho III − Crônicas (2006). Em 1953 adquiriu alguns hectares de terra nos arredores de Bagé, depois transformados na Granja Querência, onde vive desde 1972. Os cenários da chácara foram capturados pelas lentes de seu filho Fernando, constituindo uma pequena − mas imensa e profunda − viagem ao redor das paisagens que acompanham Antônio Karam desde que nasceu. Sintetizam, na Granja Querência, os lugares que povoam uma grande parte de sua vida.
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