Descrição
Autor: Miro Morais
ISBN: 978-85-7474-639-5
Páginas: 456
Peso: 880g
Ano: 2013
Capa: Rodrigo Poeta
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O Reino dos Esquecidos é uma obra destinada a incluir-se entre os grandes romances clássicos. O mundo imaginário – maravilhoso e inacreditavelmente real −, as múltiplas histórias articuladas com o enredo central, os personagens, tudo envolve e fascina a cada página, a cada parágrafo, a cada frase, em que as palavras são precisas. Um raro livro, em qualquer tempo, sem gratuidades dentro da literatura. Uma obra ao mesmo tempo lúdica e capaz de provocar uma maior visão sobre o mundo humano e sobre cada leitor.
Dom Manoel Manso, um fidalgo muito próximo ao Imperador, por razões misteriosas, abandona a Corte no Rio de Janeiro e se lança à aventura de criar no Sul do Brasil um povoado onde as pessoas possam ser felizes. Para realizar o seu sonho não lhe basta dominar a natureza hostil e fascinante e aprender a conviver com ela. O seu projeto entra em conflito com as crenças e as regras, a ordem e a desordem e o Poder que reina sobre tudo e todos. E isso se transforma em mais uma ameaça para o seu plano e a sua vida.
Mas a determinação de Manoel Manso não tem fronteiras para criar o seu mundo imaginário, que se superpõe ao real. Aos poucos, ele atrai para a sua ideia, vista como visionária, sobretudo, os que nada tinham. Nem bens matérias nem esperanças. E, logo, também os ambiciosos de riqueza e poder. E tudo vai se transformando em um universo com alma própria. Bravatá, o novo povoado, surge dentro da selva, habitado por pessoas vindas de todas as partes, falando línguas diferentes, comungando a vida sem apegos às múltiplas diferenças e se torna o centro do universo onde tudo acontece. O seu fundador perde o controle sobre cada um dos moradores e sobre o seu mundo. Um mundo de beleza e contradições. Habitado por pessoas em busca de um destino melhor. Um mundo onde o amor que mata e a violência que salva são partes complementares do que vivem.
Pequenos e grandes heróis expõem suas paixões, seus ódios, seus amores, a traição e a solidão, suas esperanças, tristezas e alegrias. As suas múltiplas histórias se entrelaçam, − em capítulos que se autojustificam, − dentro de um enredo maior, onde convivem os aventureiros e os acomodados; os santos e assassinos. Às vezes em uma só pessoa.
Diante de tudo o que acontece o fundador não perde a sua crença no ser humano. Nem mesmo quando ele próprio, amado e odiado, caminho de uns e obstáculo de outros, está frente a frente com o seu matador.
Para Dom Manoel Manso o ser humano é o seu santo e o seu demônio. E, dentro dele, perde o que ele conseguir mais fragilizar. E é esse desafio da liberdade que ele próprio, cada um dos moradores do lugar que fundou e o país se deparam todos os dias, todos os momentos, que o desencanta e o fascina. Um romance que entrelaça vidas e ficção para envolver o leitor em cada historia e à cada pagina.
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Miro Morais – Altamiro de Moraes Matos – nasceu em Gravatal, Santa Catarina, em 1937, filho de mãe professora e pai comerciante, e desde cedo se encantou pelos livros. Depois da infância, “lendo até a exaustão” e se evolvendo em domas de cavalos e agricultura, assumiu a inquietação e a versatilidade intelectual que lhe marcam. Planejou, implantou e foi reitor de universidade. É planejador, pesquisador social, cultural e educacional, jornalista e foi professor titular em oito disciplinas. É sociólogo, formado em filosofia, história e psicologia, pós-graduado em história e educação, autor de projeto para a UNESCO e executivo de empresas.
Essa inquietação foi o fio condutor para a literatura. O primeiro romance, A Coroa no Reino das Possibilidades (1967), marcou, segundo a crítica, uma inovação formal do gênero. “Na ficção brasileira dos últimos tempos, o livro de Miro Morais é, sem dúvida, uma experiência sob muitos aspectos nova e curiosa sempre. Fundindo e erguendo pequenas histórias, construindo uma galeria de tipos e personagens que logo se humanizam, dá, ao final, uma unidade que é o resultado de aparente fragmentação,” na análise de Salim Miguel.
O romance seguinte, Cândido Assassino, (1982) foi acolhido, entre 326 originais examinados por uma Comissão Julgadora formada por Antonio Houaiss, Guilhermino Cesar, Helio Pólvora, Nereu Correa e Otto Lara Resende, como Prêmio Cruz e Souza.
Os dois romances, que foram bem recebidos pela crítica de todo o pais, e com edições que logo se esgotaram, continuam sendo elementos de estudos em universidades.O Reino dos Esquecidosé uma nova proposição ficcional, resultado de alguns anos de trabalho.
Nas áreas de ciências humanas publicou: Filosofia do Estado Democrático (1968)e Planificacion Universitária (1975).
Vive em Florianópolis, às margens da Lagoa da Conceição.
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