Descrição
Autores: Carlos Martínez, Digna Castañeda, Elaine Tavares, Gérard Pierre-Charles, Norman Girvan e Paulo Capela
ISBN: 978-85-7474-998-3
Páginas: 106 Il.
Peso:190g
Ano: 2017
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“Conhecer mais sobre o Caribe é saber que há sementes de humanidade que ainda carecem de germinação plena entre nós. O território do Caribe é palco de constituição de uma nova civilização, tamanha a diversidade cultural que para lá confluiu − europeia, oriental, africana − culturas que em simbiose com as culturas dos povos autóctones da região tornaram-se uma nova possibilidade civilizatória, mesmo que essas gentes que lá aportaram fossem queimadas como combustível biológico humano para o enriquecimento econômico da perversa civilizatória capitalista eurocêntrica e estadunidense.
O Caribe em sua constituição foi cenário de lutas gananciosas entre grandes impérios, mas também se tornou palco de muitas lutas pela libertação humana que podem inspirar outras tantas lutas populares pelo mundo a fora. Nesse território do Caribe foram protagonizadas grandes lutas dos oprimidos em seus processos de organização contra a morte e a escravização humanas, sobretudo dos negros.”
Paulo Capela e Elaine Tavares
(Trecho da Apresentação)
Este livro é resultado das atividades promovidas durante as VIII Jornadas Bolivarianas pelo Instituto de Estudos Latino-americanos em 2102. Seu título Caribe: espaço estratégico na América Latina e sua publicação refletem a importância dessa região para a nossa luta pela libertação e é, também, mais um esforço para retirá-la do esquecimento e contribuir para o entendimento das forças que nela disputam a hegemonia econômica e cultural.
Sua leitura nos permite entender os interesses estratégicos que se concentram nessa região histórica e, ainda, “conhecer melhor as determinantes socioeconômicas-culturais desse espaço localizado no lado leste da América Central e que unifica, dentro do Mar do Caribe, território constituído por uma série de pequenas ilhas/países também conhecidas como Antilhas”, como lemos na apresentação, onde também conclama que: “(A) fusão de povos e culturas maltratadas nessa longa história de dominação sobre o território do Caribe há de se insurgir, desde o sul, um levante pela libertação planetária e pela elevação da condição cultural humana dos povos em uma voz pela descolonização das culturas de raiz dos povos, em cujo projeto civilizatório desde a América Latina ecoem para o mundo vozes construtoras de um mundo para além do capital.”
O Instituto de Estudos Latino-Americanos (IELA) nasceu em 2006, fruto de um processo que começou em 2004 com um único projeto: o Observatório Latino-Americano (OLA). Naqueles dias o Brasil ainda estava de costas para a América Latina, mas a partir das transformações iniciadas na Venezuela essa parte do continente começou a fazer parte do cotidiano das notícias, chegando também à Universidade.
Assim, os estudos latino-americanos, que eram um campo de reflexão consolidado nas universidades europeias, estadunidenses e asiáticas, passaram a se constituir também na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) como um esforço inédito na universidade brasileira, até então indiferente com relação a essas temáticas. A criação do Instituto veio assim superar uma debilidade institucional e intelectual que caracterizava a universidade brasileira. A partir da sua efetivação, a UFSC passou a ser um ponto de referência no debate da integração latino-americana, que avança em termos econômicos, culturais e institucionais.
Tendo como pressupostos o compromisso com o pensamento próprio, o debate antieurocêntrico e a reflexão anticapitalista, o IELA é uma teia de relações horizontais, ligadas por um interesse comum: uma Abya Yala − a América Latina − livre, soberana e unida.
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