Descrição
Autor: Henrique Duarte Neto
Páginas: 66
Peso: 150g
Ano: 2019
Por que ler os poemas de um desconhecido? Não há resposta única ou simples para essa pergunta. Mas eu te digo: olha pro céu, olha pra terra, e tendo olhado com atenção pensa: “Quem está disposto a pôr em palavras aquilo que é viver?”. Talvez algum de vocês diria que muitos. Mas nós sabemos que isso é mentira, uma mentira nada poética. Se amanhã não houver alguém que dê o salto incerto para dentro da poesia, então nada seria novamente crido porque dito e dito porque crido, pois ainda quando a poesia diz a dúvida, essa se transforma em credo da palavra. Do ponto de vista do pensamento que se realiza por palavras, não há nada mais importante que fazer e refazer poesia: nada. Mesmo em uma época tão avessa à poesia quanto a nossa. Mas a palavra, para a poesia, é como o instrumento para o músico, é o meio único pelo qual pode fazer ressoar a verdade tão trivial quanto desconhecida: antes e depois de se cristalizar na palavra, a poesia é um modo de vida e um aspecto do viver.
Nazareno Eduardo de Almeida
Este livro, prefaciado pelo filósofo Nazareno Eduardo de Almeida, está dividido em três partes.
Na primeira − Musas − a fonte de inspiração do poeta está relacionada às figuras de Alice Ruiz, Anita Ekberg, Cecília Meireles, Clarice Lispector, Emily Brontë, Florbela Espanca, Frida Kahlo, Maria Rita, Penélope Cruz, Safo, sobre as quais tece seus poemas.
Articulam-se poesia e filosofia na segunda parte – Poemas filosóficos −, filosofia poética porque poesia filosófica.
No fecho do livro – Antologia de Errante – há um olhar ao pretérito, mas adequando-o ao tempo presente, refazendo assim o seu itinerário poético.
Na leitura, observar-se-á que, para além da música e filosofia que permeiam os poemas, conflui a poesia com a prosa e o cinema.
Henrique Duarte Neto nasceu em 1° de novembro de 1972, em Taió, Santa Catarina, filho de Ary Duarte (in memoriam) e Marta Zanella Duarte. Possui graduação em Filosofia (UFSC) e Letras-Português (UNIGRAN), mestrado e doutorado em Literatura (UFSC), e pós-doutorado em Estudos Literários (UFPR).
Este é seu sétimo livro, o segundo no terreno da poesia. Publicou na seara poética Errante (2014) e no campo da crítica As múltiplas faces do tempo na poesia de Ricardo Lima (2016, Editora Insular), Claudio Willer: o universo onírico e surrealista em terras brasileiras (2018) e Três poetas do século XX: consonâncias e dissonâncias entre o sensível e o imaginário (2018), sobre José Paulo Paes, Ferreira Gullar e Roberto Piva.
Foi professor no Ensino Superior da UNIDAVI. Funcionário público municipal e professor em sua terra natal, é um amante das artes, especialmente da música, da poesia e do cinema. Considera a genuína efusão lírica, nesta época de banalização da imagem, como promotora de uma “Ilusão vital” (Baudrillard), ou seja, de evocação do mistério prolífico, de uma poética criadora.
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