Descrição
Autora: Edna Garcia Maciel Fiod
ISBN: 978-85-7474-406-3
Páginas: 224 il.
Peso: 295g
Ano: 2008
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Este livro é publicado num momento em que se debate a crise que assola a escola pública estatal brasileira, e não faltam propostas de reforma da educação, muitas delas abrangendo toda a sociedade. Porém, o “fracasso” da escola evidencia o estado de degeneração social em que nos encontramos, com desemprego, violência, crime organizado, enfim, a banalização da própria vida. Para aprofundar essa e outras questões, Edna Garcia Maciel Fiod salienta o momento em que surge a escola criada pelos imigrantes europeus, principalmente a dos alemães em Santa Catarina, articulada com o surgimento da escola pública brasileira.
Contextualizando historicamente, mostra a influência do “espírito” alemão – disciplina, obediência, dedicação ao trabalho – no sucesso da colonização e discute a expansão das “escolas estrangeiras” e os seus problemas com o movimento de constituição da escola estatal brasileira. Porém, a autora não privilegiou o estudo da escola alemã em si, mas o que se podia depreender dela sobre o movimento geral da colonização.
A escola, tomada como uma dentre as relações sociais implantadas pelos imigrantes nestas terras, permitiu vislumbrar o processo de constituição da sociedade do além-mar. Constatou, ainda, que educação, trabalho e colonização são elementos indissociáveis, ainda que contraditórios. Também observou as singularidades do processo de criar uma escola, não enquanto um fim em si mesmo, mas como parte e resultado de um movimento muito maior: a colonização e seus percalços.
“O trabalho de Edna Garcia Maciel Fiod se configura como contribuição pedagógica singular, que mostra tanto o movimento de ascenso como de destruição da escola alemã, produto não apenas de políticas públicas, mas do capital que se insurge. A autora mostra, também, como os alemães resistem, sob várias formas às tentativas de homogeneização. O livro é, sem dúvida, uma contribuição leve e didática para evidenciar como os desejáveis migrantes se transmutam em indesejáveis. Não tem sido essa a saga dos milhões de braços imigrantes no mundo? (…) Importante é perceber que este processo de concentração das forças do trabalho se faz à custa do destronamento do ‘Jeca Tatu, um personagem indolente, indisciplinado, irreverente e que corre o mais que pode do trabalho’, como diz Fiod, a gênese e o resultado, o começo e o fim que entrelaça escola, imigração, capital e trabalho.”
Bernardete Wrublevski Aued
Edna Garcia Maciel Fiod é mestre em Psicologia da Educação e doutora em História e Filosofia da Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Foi professora na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em Florianópolis, e na Universidade do Oeste de Santa Catarina (UNOESC), de Joaçaba. Atualmente, é pesquisadora do Núcleo de Estudos sobre “Transformações no Mundo do Trabalho”, da UFSC. Publicou vários artigos e capítulos de livros na área de Trabalho e Educação.
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