Descrição
Autor: Lino Peres
Ilustrações: Arles Buhls Peres
ISBN: 978-85-524-0457-6
Páginas: 120 il.
Peso: 210g
15x22cm
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Este livro se enlaça com a memória do poeta, escritor e crítico de teatro Marco Vasques, desaparecido no mar em 9 de dezembro de 2023, com o qual o autor, Lino Peres, teve a parceria para selecionar parte de sua produção, iniciada em 1991, e aqui publicada no ano que marca cinco décadas de sua chegada a Florianópolis.
As ilustrações ao longo de 72 poemas são de Arlis Buhl Peres, uma das filhas do autor, com quem ele compartilha a formação e o amor pela arquitetura. No olhar do pai e da filha, a dança em comum da escrita e do desenho sobre o viver o amor, a amizade, a espiritualidade, a militância e a luta popular em todas as suas expressões forja uma dança de duplos, inteiros.
As ilustrações ao longo de 72 poemas são de Arlis Buhl Peres, uma das filhas do autor, com quem ele compartilha a formação e o amor pela arquitetura. No olhar do pai e da filha, a dança em comum da escrita e do desenho sobre o viver o amor, a amizade, a espiritualidade, a militância e a luta popular em todas as suas expressões forja uma dança de duplos, inteiros.
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ENQUANTO
Enquanto exerço o ódio santo, de Cruz e Sousa, nas ruas contra toda a injustiça
Busco voar sem asas, como diz Manoel de Barros
Enquanto o mundo é capturado pelas redes de poder
Devemos germinar a palavra que destaque toda a singularidade
Irreproduzível pelo capital
Enquanto o genocídio se alastra na Palestina, onde o império avança
No nosso país, o genocídio da juventude negra continua impune,
No entanto, atos se espalham mundo afora em protesto
Gerando esperanças de humanidade viva
Entre nós e sós, podemos cultivar a ação ativa da compaixão
Enquanto dias atônitos assolam os povos
Criamos espaços para as nossas subjetividades e interiores
Buscando inteireza e não alienação
Respiramos lentamente, o que para eles é forma inútil,
E, para nós, vital forma de viver
Cultuar a arte em sua criação solar
Enquanto tudo estremece lá fora
Aqui dentro fomentamos a riqueza de todo o silêncio e afeto
Enquanto a poeira impera sob escombros de destruição
Reconstruímos mundos e espaços de solidariedade
Enquanto tudo parece não ter mais esperança
Cultivamos entre nós a palavra na sua máxima expressão
E também sem destino
Pelo prazer e sabor de existir e
Expressar vida
E não morte
Enquanto exerço o ódio santo, de Cruz e Sousa, nas ruas contra toda a injustiça
Busco voar sem asas, como diz Manoel de Barros
Enquanto o mundo é capturado pelas redes de poder
Devemos germinar a palavra que destaque toda a singularidade
Irreproduzível pelo capital
Enquanto o genocídio se alastra na Palestina, onde o império avança
No nosso país, o genocídio da juventude negra continua impune,
No entanto, atos se espalham mundo afora em protesto
Gerando esperanças de humanidade viva
Entre nós e sós, podemos cultivar a ação ativa da compaixão
Enquanto dias atônitos assolam os povos
Criamos espaços para as nossas subjetividades e interiores
Buscando inteireza e não alienação
Respiramos lentamente, o que para eles é forma inútil,
E, para nós, vital forma de viver
Cultuar a arte em sua criação solar
Enquanto tudo estremece lá fora
Aqui dentro fomentamos a riqueza de todo o silêncio e afeto
Enquanto a poeira impera sob escombros de destruição
Reconstruímos mundos e espaços de solidariedade
Enquanto tudo parece não ter mais esperança
Cultivamos entre nós a palavra na sua máxima expressão
E também sem destino
Pelo prazer e sabor de existir e
Expressar vida
E não morte
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Lino Fernando Bragança Peres, nascido em Rio Grande, RS, é arquiteto pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1977), Mestre em Arquitetura (1986) e Doutor em Urbanismo (1994) pela Facultad de Arquitectura División, Universidad Nacional Autónoma de México. Ingressou no Departamento de Arquitetura e Urbanismo da UFSC em 1978 e se aposentou em 2015, atuando hoje como professor voluntário. Foi e é pesquisador e consultor na área de planejamento urbano, habitação e plano diretor. Assessorou e ainda assessora diversas comunidades principalmente de baixa renda. É presidente do Instituto Cidade e Território e membro da Coordenação Colegiada do Fórum da Cidade. Publicou poemas nas seguintes coletâneas: Conto & Poesia (2o Concurso Literário do Sinergia, Florianópolis, 1996); Horizonte Noturno (São Paulo, Edições AG, 2008 – XXIV Concurso Internacional Literário); Literatum & Poeticum (Teresópolis, Editora Guemanisse, 2008); 7o Concurso Literário Guemanisse de Contos e Poesias (Belo Horizonte, Editora Guemanisse, 2009); Versos Felinos – Sete Vidas Poéticas (São Paulo/Santa Catarina, Editora Brado das Letras, 1a edição, 2009); Há de Ser Poeta (Florianópolis: Fabiano Pontocom, 2022); 10o Concurso Literário de Conto e Poesia (Sindicato dos Eletricitários de Florianópolis e Região, Sinergia, 2022).
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