Cores e contornos: gênero e raça em revistas femininas do século 21

Descrição

Autora: Gabrielle Bittelbrun

ISBN: 978-85-524-0097-4
Páginas: 390
Peso: 518g
Ano: 2018

As revistas voltadas para as mulheres justificaram a própria existência atestando seu impulso à liberação feminina ou, ainda, afirmando-se como guias práticos para entretenimento e ações do cotidiano. Mas não é difícil perceber que mulheres heterossexuais, mães e, principalmente, magras e brancas foram destaque constantemente nas publicações. Por outro lado, alguns magazines online mais recentes vêm apresentando outros modelos de mulheres. Com a postura crítica de quem sentiu, desde cedo, os efeitos dos discursos de revista sobre si mesma e o próprio corpo, a autora analisa revistas do século 21, como narrativas contemporâneas. A autora problematiza quem são as personagens que sempre aparecem e quem são aquelas que ficam de fora desses espaços privilegiados, em escolhas que tangenciam questões de gênero e raça, referindo-se a aspectos sociais e históricos. A proposta da obra também é trazer algumas possibilidades de subversão e liberação diante dos padrões restritivos e eurocêntricos que permeiam os discursos midiáticos. Em uma época em que os retrocessos ameaçam e as desigualdades persistem, precisamos considerar quem são as mulheres das páginas, quem são as das ruas e o contexto compartilhado por todas elas.

Esta obra é uma adaptação da tese defendida no Programa de Pós-Graduação em Literatura da Universidade Federal de Santa Catarina. Integrante da Linha de Pesquisa Crítica Feminista e Estudos de Gênero, o trabalho foi avaliado com a nota máxima em dezembro de 2017. A autora tem como foco a análise de revistas femininas do século 21, em especial Claudia, TPM e a publicação online AzMina. Considerando principalmente questões de gênero, raça e corporalidade, a autora traça um panorama de como as mulheres foram apresentadas nos magazines ao longo de dez anos e traz um levantamento sobre a (falta de) representatividade nos veículos. A obra é resultado de quatro anos de investigações, que envolveram uma extensa pesquisa bibliográfica, além de visitas às Editoras Abril e Trip e um período de estudos na Universidade do Minho, em Portugal.

Gabrielle Bittelbrun sempre voltou seus esforços para as pesquisas acadêmicas, e teve projetos subsidiados pelos principais órgãos de financiamento de ensino do país. Jornalista pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), fez Mestrado em Jornalismo e Doutorado em Literatura na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). É pesquisadora do Grupo de Pesquisa Núcleo de Literatura Brasileira Atual − Literatual − Estudos Feministas e Pós-Coloniais de Narrativas da Contemporaneidade da UFSC e tem experiências no ensino superior. Como jornalista, atuou como assessora de imprensa, foi repórter do Diário Catarinense e vencedora, duas vezes, do Prêmio Fatma de Jornalismo Ambiental, além de finalista de outros prêmios jornalísticos.