As inteligências do telejornalismo

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A observância ao modelo americano é praticamente uma regra indiscutível de bom jornalismo, ainda que ainda hoje se verifi­quem parcialidade nas coberturas, desobrigação em sequenciar coberturas, esquecimento de pautas em função de novas e mais espetaculares temáticas, enfim um padrão de produção que lastreia de maneira definitiva o que se pode entender como qualidade. Infelizmente, essa estrutura, tão criticada nos anos 90, permanece a mesma, e a IA, restrita a edição, produção, pré-produção, reproduz o mesmo modelo. A­final, foi ensinada, montada para o formato. A influência é tão natural que infelizmente mesmo os materiais produzidos pelos veículos alternativos e comunitários seguem o mesmo padrão. É que o seguir signi­fica ter audiência, signi­fica poder ter veiculação nas grandes redes. Sendo assim, por que ainda levar adiante um dos básicos pressupostos dos veículos alternativos e comunitários em direção à criação de novas e novíssimas linguagens? Aos já sem voz e invisíveis na sociedade não há outra opção que a de ater-se ao modelo do “padrão de qualidade” norte-americano. Precisamos admitir essa paternidade se quisermos e pretendermos ser capazes de discutir e partir para novos modelos.

Raquel Paiva, no Prefácio

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