Descrição
Autor: Marcelo Gullo
Prefácio Hélio Jaguaribe
ISBN: 978-85-524-0187-2
Páginas: 200
Ano: 2021 (versão digital da edição impressa de 2014)
Este livro é um estudo histórico e analítico de um intelectual militante latino-americano sobre as relações internacionais a partir da periferia. Mostra como países periféricos, como os Estados Unidos, a Alemanha, o Japão e a China, deixaram sua condição periférica e tornaram-se autônomos e importantes interlocutores internacionais independentes. Entre os vários e interessantes aspectos observados no estudo de Marcelo Gullo: o seu relevante sistema de categorias analíticas – limiar de poder, estrutura hegemônica, subordinação ideológica, insubordinação fundadora −, a sua ampla formação histórica e a sua tese central de que todos os processos de emancipação bem-sucedidos resultaram de uma conveniente conjugação de uma atitude de insubordinação ideológica contra o pensamento dominante e de um eficaz impulso estatal. É uma viagem rumo às fontes das quais emana a atual configuração do poder mundial e grande parte dos fenômenos mais importantes do cenário internacional. Analisa, também, as possibilidades que a América Latina tem de realizar esta “insubordinação fundadora” e, com o apoio do Estado, sair de sua condição periférica para se converter, desse modo, em um importante interlocutor internacional independente. “Trata-se, então, de pensar a partir da periferia para sair da periferia. E só poderemos sair da periferia juntos”, assevera o autor deste livro, acentuando a necessidade da unidade latino-americana.
Como ressalva no prefácio Hélio Jaguaribe: “Considero este livro de Marcelo Gullo uma leitura indispensável para todos os sul-americanos, começando pelos seus líderes políticos”.
O autor deste livro identifica uma conexão entre o mundo acadêmico e o mundo do poder, e alerta que as lições que se extrai da história são, necessariamente, distintas das buscadas pelos estudiosos dos países centrais, porque nossas necessidades são diferentes. Temos que aprender a olhar a história com nossos próprios olhos e a partir da análise dessas experiências históricas, desde o começo do processo de globalização − há mais de quinhentos anos − até os nossos dias, e retirar as lições que nos ajudem a explicar e superar o nosso presente, que nos sejam de utilidade para “sair da periferia”. Portanto, em oposição ao pensamento dominante emanado dos centros de excelência dos países centrais, Marcelo Gullo desenvolve suas teorias de “insubordinação fundadora” e do “impulso estatal”, e analisa ao longo da história o sucesso dos processos de industrialização promovidos pelos Estados Unidos, Alemanha, Japão e China. Mostra-nos claramente que saíram da condição periférica por meio de uma vigorosa contestação ao pensamento dominante do livre-comércio, de uma insubordinação ideológica, com o apoio do Estado e a adoção de um aceitável protecionismo de seu mercado interno, conseguindo assim promover uma deliberada política de industrialização. Hoje, esses mesmos países ocultam a importância que o impulso estatal teve na construção de seus respectivos poderes nacionais, ao mesmo tempo em que criticam, ridicularizam e fustigam qualquer Estado da periferia que queira seguir os passos que eles mesmos deram em seu momento para alcançar sua situação atual de poder. Ou seja, através da propaganda ideológica, engendrada em algumas de suas universidades e difundida em todo o planeta pelos meios de comunicação, procuram impedir que os países periféricos utilizem os mesmo meios que usaram para alcançar suas respectivas autonomias nacionais e, depois, para subir ao topo do poder mundial. Esclarecido este cenário internacional, o autor discute como a América do Sul, aproveitando as oportunidades, poderá superar sua condição de região periférica e converter-se em um importante interlocutor internacional independente.
Esta obra ganhou o Prêmio Oesterheld em 2008 e foi adotada em 2014 pelo Ministério de Relações Exteriores da República Bolivariana da Venezuela como marco teórico de sua política exterior.
Marcelo Gullo é argentino nascido em 1963. Aos 18 anos já estava na luta contra a ditadura militar que, em 1976, havia usurpado o poder no país.
Em 1983 participou da fundação do Centro de Estudios para la Política Exterior Argentina (CEPEA).
Discípulo do politicólogo brasileiro Hélio Jaguaribe e do sociólogo e teólogo uruguaio Alberto Methol Ferré. Tem doutorado em Ciência Política pela Universidade do Salvador, em Buenos Aires, e licenciatura em Ciência Política pela Universidade Nacional de Rosário, ambos na Argentina. Tem bacharelato em Estudos Internacionais pela Escola Diplomática de Madrid, na Espanha, e mestrado em Relações Internacionais pelo Instituto Universitário de Altos Estudos Internacionais da Universidade de Genebra, na Suíça.
Também na Argentina, professor do mestrado em Estratégia e Geopolítica da Escola Superior de Guerra e da Universidade Nacional de Lanús, assessor internacional da Federação Latino-americana de Trabalhadores da Educação e da Cultura (Flatec) e fundador e dirigente do Instituto Nacional de Revisionismo Histórico Nacional e Ibero-americano “Manuel Dorrego”.
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