Descrição
Autora: Leatrice Moellmann
ISBN: 978-85-7474-841-2
Páginas: 48
Peso: 100g
Ano: 2015
Capa: Valmor Fritsche
Edição comemorativa aos 90 anos da escritora Leatrice Moellmann.
“O livro de Leatrice Moellmann enfrenta – e vence fácil – os dois terríveis perigos de quem escreve e publica: penetrar ‘surdamente no reino das palavras’ e, lá dentro, desvendar-lhe as ‘mil faces, na face neutra de cada uma’, só para ficar no Drummond.
Na vitória contra as duas guerras, o rígido soneto decassílabo, a velha arma de Petrarca, de Camões, de Fernando Pessoa e de Olavo Bilac, ressurge com todas as pompas para desfilar o eterno – mas sempre moderno – tema de amar. Ou seria, de quem ama?”
Maura de Senna Pereira
Membro de destacada família catarinense e descendente da estirpe do poeta Juvêncio Martins da Costa, Leatrice Moellmann, quando a conheci, em Florianópolis, estava estudando e lutando com bravura e brilhantismo, e entre cursos e concursos, iria conquistar um posto ímpar: ser a sucessora, no Instituto Estadual de Educação, do extraordinário catedrático Francisco Barreiros Filho, também autor de sonetos que despertaram a admiração de João Ribeiro. Penso que esta vitória de Leatrice revela os seus raros e inegáveis méritos intelectuais.
Encontrei-me com ela algumas vezes aqui no Rio, casada já por um profundo amor e mãe de dois filhos lindos, sem saber que ela guardava um segredo: era também poetisa, sem que a ninguém, senão a ele, confiasse os seus versos. Versos que não eram poucos nem tímidos, mas a revelação de uma esplêndida passional.
Encerrando sua carreira pública, ao aposentar-se como Diretora do Serviço de Taquigrafia e Acórdãos do Supremo Tribunal Federal, ela resolveu dedicar-se novamente à Literatura.
Lembrarei nesta altura que, sempre estudiosa, defendeu recentemente tese de mestrado na Universidade Federal de Santa Catarina, versando sobre a obra inédita e a biografia do poeta catarinense Carlos de Faria, companheiro de Cruz e Sousa no movimento de renovação literário da velha Desterro de cem anos atrás. Foi aprovada com distinção e, posteriormente, convidada para lecionar Literatura Brasileira naquela atuante casa de ensino superior. Mas eis que resolveu trocar o magistério pela poesia e iniciar a publicação dos seus poemas. Veio aqui em nossa casa do Leblon e leu suas poesias primeiras de apaixonado amor, lembrando por vezes a grande poetisa portuguesa Florbela Espanca, no que diz respeito à identidade da temática e à preferência formal pelo soneto. É uma admirável coletânea.
Rio, abril de 1987
de autoria de Leatrice Moellmann
Silvia Amélia Carneiro da Cunha
A autora teve aprovado pelo Conselho Estadual de Cultura, da Fundação Catarinense de Cultura, para integrar a Coleção “Cultura Catarinense”, outro livro de poesia, intitulado Depois do Verão. A conselheira Silvia Amélia Carneiro da Cunha, relatora da Câmara de Letras, assim se manifestou em seu parecer, datado de 9 de dezembro de 1986:
“A autora, Leatrice Moellmann, não é uma estreante nas letras catarinenses, pois vem se destacando na ensaística e na poética. Começou a escrever muito jovem, tendo publicado excelentes artigos no jornal O Estado, de Florianópolis, e colaborado, também, nos jornal Correio da Manhã, e Shopping News, do Rio de Janeiro. É Lente Catedrática, por concurso, de Língua e Literatura Vernáculas do Instituto Estadual de Educação e Mestre em Literatura Brasileira. (…) Finalizando, reproduzimos a conclusão do belíssimo prefácio de Nereu Corrêa: ‘Letrice Moellmann, antes de fazer poesia, amealhou um vocabulário onde as palavras já encerram uma conotação poética. Como poetisa ela segue o conselho de Rainer Maria Rilke: o encontro com a infância em versos de sugestiva e discreta beleza’.
Por tudo isto, que confirma a boa qualidade da obra, somos de parecer que ela possui mérito para ser incluída na Coleção Cultura Catarinense.”
A Fisionomia do amor e, aí o Amor é criatura humana; A Fisiologia do Amor e, aí, o Amor é corpo; A Filosofia do amor e, então, o Amor é uma entidade de valor entre as humanas criaturas. Estes, e outros, poderiam ser o subtítulo destas confissões (de amor).
O livro de Leatrice Moellmann enfrenta – e vence fácil – os dois terríveis perigos de quem escreve e publica: penetrar “surdamente no reino das palavras” e, lá dentro, desvendar-lhe as “mil faces, na face neutra de cada uma”, só para ficar no Drummond.
Na vitória contra as duas guerras, o rígido soneto decassílabo, a velha arma de Petrarca, de Camões, de Fernando Pessoa e de Olavo Bilac, ressurge com todas as pompas para desfilar o eterno – mas sempre moderno – tema de amar. Ou seria, de quem ama?
E, então, nos rigorosos 14 versos da página em branco tomam vida fazem Arte e saltam para dentro da vida de cada um de nós o Amor/dúvida, o Amor/Eros, o Amor/angústia, o Amor/esperança, o Amor/sonhos, o Amor/eu-e-tu, o Amor/voz, o Amor/afago, o Amor/espera, o Amor/luar, o Amor/olhar-de-nós-dois, o Amor/castigo, o Amor/fazer amor, o amor que vem e o amor que vai, o amor que ama e o amor que desama, o amor-amor que desespera, o amor que (não) se desespera, o amor-nunca do amor-de-sempre.
Todo um ciclo de vida de Amor abre-se com a dúvida do primeiro soneto – “às vezes penso que amei sozinha” e, certamente, não se fecha quando na “prata em teu cabelo”, permanece viva a afirmação – “continuam só pra ti meus olhos…”.
Assim como a Autora jura amar, até “o poema azul” da mocidade, o leitor destes versos vai amar os poemas de todas as cores e de todos os amores destas Confissões de amor.
Celestino Sachet
Outros livros de Leatrice Moelmann:
Gatos Ariscos
Harpia: a bruxa
João Moritz e o desenvolvimento de Florianópolis no século XX
Na história da minha vida – Leatrice Moellmann
Uma rosa
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