Descrição
Teoria que explica o processo da assimilação do colapso ecológico por parte do sistema capitalista global
Autor: Gert Schinke
ISBN: 978-85-7474-677-7
Páginas: 304 il.
Peso: 480g
Ano 2013
Insular Livros
Capa: Raquel Macruz e Gert Shinke
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Gert Schinke não só revoluciona com sua Teoria do Ecoplamento como não faz concessões a quaisquer ensejos e práticas de “maquiagem ecológica”. Vai fundo na crítica e em sua desconstrução da realidade, não deixa pedra sobre pedra. Para o autor militante ecologista, intelectual orgânico, ativista, propagandista de rua, as questões práticas exigem respostas concretas dos cidadãos e dos governos.
Um livro que promove o debate, provoca a polêmica e tem compromisso com a ação política no próprio movimento ecológico e na sociedade, denunciando a falsa democracia que se vive em nosso país e propondo uma refundação ecológica.
A teoria exposta neste livro procura explicar uma percepção, hoje envolta em imensa nebulosidade, em torno da forma como se operam a relações das diferentes ações/medidas ambientais em suas interfaces nas diversas esferas territoriais e institucionais, evidenciando os bloqueios que o sistema capitalista mundial coloca diante de toda ação/medida de caráter ecológico, de forma a neutralizá-la nas esferas territoriais e institucionais similares ou superiores.
Na prática, demonstra como o sistema produz um resultado ‘zero’, na expressão matemática simplificada ao se computar a soma de (+1-1), simbolizando um suposto ‘eco-avanço’ diante de seu respectivo ‘eco-retrocesso’, razão pela qual o termo “acoplamento” altera a letra ‘a’ no início para a letra ‘e’, criando, assim, um novo termo no vocabulário: Ecoplamento.
Gráficos e ideogramas ilustram o modus operandi como o Ecoplamento atua no ‘modo sinérgico’ (quando resulta em um ganho ecológico real), assim como no modo ‘antissinérgico’ (quando resulta em perda ecológica), vindo a produzir um balanço geralmente negativo, salvo raríssimas exceções, que, nessa proporção, não comprometem o curso e a dinâmica geral do sistema capitalista global.
A teoria ainda coloca abaixo um jargão tradicional da ecopolítica contemporânea: “Pensar globalmente, agir localmente”, pois evidencia como esta máxima, mundialmente perpetuada, está hoje superada, atualizando-a para o cenário desse início do milênio na forma de: “Pensar globalmente e agir alinhadamente em todas as dimensões, desde o local até o global”.
Conclui que se não for desse modo (alinhado e global), o sistema capitalista assimila estas ações, incorporando-as em seu sistema de reprodução antiecológico, por pressuposto, como uma espécie de mecanismo de autodefesa e de administração/gestão dos impactos, qualificando-os como “defeitos”. Também avança na cobrança de um aggiornamento e reposicionamento no campo ideológico da esquerda bem como do setor do movimento ecológico que atua como ‘linha auxiliar’ das classes dominantes, ao qual faz uma crítica contundente.
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Gert Schinke nasceu em 1956, em Montenegro (RS). Desde 1993 reside no Pântano do Sul, na Ilha de Santa Catarina.
É titular e representante catarinense na Coordenação Nacional do Setorial Ecossocialista Paulo Piramba do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), coordenador geral da Federação das Entidades Ecologistas Catarinense (FEEC) e presidente executivo do Instituto Para o Desenvolvimento de Mentalidade Marítima (INMMAR).
Estudou Engenharia Mecânica e História na UFRGS. Autodidata, já fez mais de 300 palestras ecológicas pelo país. Participou da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (AGAPAN), da Amigos da Terra, do Greenpeace e da 1ª Conferência Nacional de Meio Ambiente’, em Cubatão, SP.
Publicou o livro Ecologia Política (Editora Tchê, 1986).
Foi dirigente do movimento ecológico gaúcho, militou no movimento estudantil , lutou pela redemocratização e a anistia, e foi um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores (PT). Em 1986 integrou a primeira Brigada Brasileira para a Colheita de Café na Nicarágua. Concorreu à Assembleia Constituinte pelo PT do RS. Em 1988, numa ação/protesto participou da ‘tomada da chaminé do Gasômetro’. Elegeu-se vereador pelo PT em Porto Alegre e aprovou a Lei do Patrimônio Histórico-Cultural, Natural e Paisagístico, Lei de Incentivo à Cultura (tipo a Lei Mendonça em São Paulo), o Programa Cicloviário de Porto Alegre etc. Ainda em 1988 conheceu Chico Mendes e no ano seguinte participou do 1o Encontro dos Povos da Floresta em Altamira no Pará, sob o calor do assassinato de Chico Mendes ocorrido apenas um mês antes. Em 1991 deixou o PT e filiou-se ao Partido Verde (PV), participou da Executiva Nacional e se desfiliou em 1993. Em 2009 vinculou-se ao PSOL.
Em Florianópolis organizou e coordenou, em 1996, o Seminário Para o Desenvolvimento Sustentável do Distrito do Pântano do Sul – Nossa Agenda 21. Criou o Projeto Cultural Nautilus Parque do Mar, fundou em 2000 o Instituto Para o Desenvolvimento de Mentalidade Marítima (INMMAR). Em 2005 lançou a proposta de criação do Parque Natural do Pântano do Sul. No ano seguinte foi eleito Representante Titular Distrital do Pântano do Sul para o Núcleo Gestor Municipal do Plano Diretor Participativo de Florianópolis e articulou a atuante ‘bancada popular’, com representantes de diferentes movimentos sociais da cidade naquele colegiado.
Fala várias línguas e especializou-se no exterior: Curso Internacional sobre Projetos Ambientais nos EUA; Coordenação, Articulação e Moderação de Grupos na Alemanha, que o habilita a articular projetos complexos de grande envergadura, envolvendo equipes multidisciplinares.
Como micro-empresário atuou no transporte escolar e na apicultura. Operou em propaganda comercial e trabalhou no BESC, na coordenação do ‘setor de responsabilidade social’.
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