Descrição
Autora: Nair Prata
ISBN: 978-85-7474-397-4
Páginas: 256 il
Peso: 380g
Ano: 2012
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As transformações tecnológicas têm alterado profundamente a história do rádio, através de um processo evolutivo chamado de radiomorfose, que reconfigura os gêneros e as formas de interação presentes nesse meio de comunicação. Além dos sucessivos avanços, duas rupturas marcam a história do rádio, do ponto de vista da linguagem: a primeira foi o advento da TV e a segunda acontece agora, com o surgimento da webradio, que aponta para um novo modelo de radiofonia.
Por webradio entende-se a emissora radiofônica disponibilizada através de um endereço na internet, que dá acesso a uma homepage, em que podem ser acessadas as outras páginas da emissora. Na homepage aparecem o nome da emissora, geralmente um slogan que resume o tipo de programação e vários hiperlinks para os outros sites que abrigam as diversas atividades desenvolvidas pela rádio.
Para melhor compreender os novos gêneros e formas de interação na webradio – tema inédito na literatura acadêmica – a jornalista Nair Prata dedicou-se a estudar o assunto em sua tese de doutorado, defendida na UFMG, que deu origem a este livro WEBradio: novos gêneros, novas formas de interação.
Segundo a jornalista, “a webradio trazia elementos absolutamente novos na radiofonia: imagens, hipertexto, arquivos permanentes, interação bastante diferente da que estávamos acostumados. Mas isso seria rádio? Ou rádio seria apenas transmissão sonora? Com essas perguntas martelando a minha cabeça, me debrucei durante quatro anos sobre o meu projeto, tentando entender o que é e como funciona esse novo rádio transmitido pelas páginas da internet”.
A tese de Nair Prata é fruto de uma pesquisa qualitativa, com corpus delimitado a 30 emissoras de rádio, divididas em três grandes grupos: hertzianas, hertzianas com presença na internet e webradios. Em cada grupo, foram estudadas duas categorias de análise – gênero e interação e, como parte do estudo da interação nas webradios, realizou-se um levantamento sobre a usabilidade das homepages.
A partir do referencial teórico e da pesquisa de campo, a jornalista identificou na webradio novos gêneros, surgidos genuinamente em meio digital: chat, e-mail, endereço eletrônico, enquete e fórum, além dos tradicionais gêneros radiofônicos hertzianos. Portanto, a webradio pode ser entendida como uma constelação de gêneros, que abriga formatos antigos, novos e híbridos, nascidos da complexa tessitura digital da webradio.
Como a web é um ambiente heterogêneo, que permite mais manipulação que o rádio hertziano, as webradios disponibilizam a seus usuários várias ferramentas interativas com o objetivo de atrair e fidelizar o seu público. A principal delas é o próprio site, constitutivamente polifônico, marcado por vozes, não apenas sonoras, como no rádio hertziano, mas também estruturalmente formado por textos e imagens.
Do ponto de vista da jornalista, todas essas mudanças vão determinar uma nova maneira de se fazer rádio, bastante diferente das atuais formas: “hoje o conteúdo produzido pelo rádio é feito por profissionais que conhecem e se relacionam com os novos meios, mas podem ser chamados de imigrantes digitais. Mas o público ainda é, também, imigrante digital. Porém, daqui a alguns anos, as gerações genuinamente digitais passarão a ter acesso às mídias e irão desejar novos formatos de programação e novas formas de se interagir com o veículo…
Será que os profissionais de radiofonia de hoje estão preparados para lidar com esta nova linguagem e este novo público que se avizinha?”, questiona. Fonte: Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais
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A autora:
Nair Prata é jornalista formada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), mestre em Comunicação (Universidade São Marcos – SP) e doutora em Linguística Aplicada (UFMG), trabalhou durante 18 anos em emissoras de rádio, principalmente na Rádio Itatiaia, em Belo Horizonte.
Desenvolveu a tese Webradio: novos gêneros, novas formas de interação e ganhou o 3º lugar no Prêmio Freitas Nobre de Doutorado, concedido pela Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom). No Centro Universitário de Belo Horizonte (Uni-BH), desenvolveu as seguintes atividades: professora do curso de Jornalismo, onde leciona disciplinas ligadas ao Radiojornalismo; é coordenadora de dois cursos de pós-graduação lato sensu Jornalismo Esportivo e Mídia Eletrônica – Rádio e TV; é editora da revista E-Com (publicação on-line do Departamento de Ciências da Comunicação); apresenta o programa Sala de Estar, na TV Uni-BH e coordena também o Núcleo de Imprensa, sendo responsável pela assessoria de imprensa da instituição.
No mestrado ganhou o Prêmio Intercom 2001 de Melhor Dissertação de Mestrado do Ano – Categoria Rádio e TV, com o trabalho “A fidelidade do ouvinte de rádio: um estudo dos principais fatores determinantes da audiência fiel”. No doutorado, realizou estágio na Universidade do Minho, em Portugal, com bolsa de estudos da Capes . É coordenadora do Grupo de Pesquisa Rádio e Mídia Sonora da Intercom e diretora administrativa da Associação Brasileira de Pesquisadores de História da Mídia (Alcar ). É também organizadora dos livros O Rádio entre as montanhas – histórias, teorias e afetos da radiofonia mineira, Editora Fundac(2010) e Panorama do rádio no Brasil, Editora Insular (2011). Junto com o professor Luciano Klöckner, organizou as coletâneas História da Mídia Sonora Experiências, memórias e afetos de Norte a Sul do Brasil, Edipucrs (2009) e Mídia sonora em 4 dimensões,Edipucrs (2011) e, com a professora Wanir Campelo, organizou o livro Tancredo Neves – A travessia midiática, Editora Insular (2011).
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