Descrição
Cotidiano e medo durante a Segunda Guerra em Santa Catarina
Autora: Marlene de Fáveri
ISBN: 978-85-524-0425-5
Páginas: 432 il.
Peso: 655g
Ano: 2024
16x23cm
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Nas páginas deste livro, leitores vão adentrar ao cotidiano ordinário vivido em Santa Catarina quando o Brasil esteve envolvido na Segunda Guerra Mundial. As intrigas, prisões, campos de concentração e reclusão, revanchismos, controle da imprensa, formação da brasilidade, silêncios, a atuação da polícia política, as ações do clero católico e a penetração das ideias integralistas e nazistas deslizam nas páginas com maestria narrativa, como se fosse um romance detalhando o vivido através das memórias e inúmeras fontes de pesquisa.
Finda a guerra, pairou um silêncio: era imperativo calar para amainar a convivência entre os perseguidos e os perseguidores. Aqueles nazistas estiveram na surdina, chocando os ovos da serpente. Depois, voltaram à esfera pública e política. Nas décadas seguintes, a ascensão da extrema direita e a eleição de um governo militar uníssono a este ideário, recrudescem em ações que reverberam e destilam a supremacia branca, a homotransfobia, o ódio às mulheres, pessoas negras, indígenas, a xenofobia e a meritocracia. Sobretudo, as violências. No tempo presente, urge a resistência e a defesa da democracia.
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Após quase 20 anos desde o lançamento da 1ª edição deste livro, as coisas pioraram, e muito. A autora termina a obra (quase em tom profético), afirmando que:
Mais do que nunca, os preconceitos estão postos, outros demônios e deuses apareceram nestes anos […] nunca se falou tento em direitos humanos e cidadania, e nunca se excluiu e inferiorizou tanto o outro…
Em momento oportuno a 3ª edição revista e ampliada aí está. Os ódios étnicos se renovaram, os negacionismos, a xenofobia, o racismo etc. estão na ordem do dia. A dificuldade em se trabalhar com a alteridade, com o outro, o diferente, tem crescido em escala global e em Santa Catarina de forma especial, realidade que se combate com ideias e argumentos.
Aqui, temos um ótimo livro para nos auxiliar nesta importante e necessária discussão.
Boa leitura.
João Klug
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Marlene de Fáveri, natural de Meleiro (SC), professora aposentada do Departamento de História da UDESC. Possui vasta obra historiográfica sobre Gênero, Feminismos, Mídias, Masculinidades, 2ª Guerra Mundial. Em 2005, recebeu o prêmio Lucas Alexandre Boiteux pelo Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina (IHGB) com o livro
Memórias de uma (outra) guerra: cotidiano e medo durante a Segunda Guerra em Santa Catarina (UFSC e UNIVALI), fruto da tese em História pela UFSC. É colunista do Portal Catarinas – jornalismo com perspectiva de gênero. É feminista, poeta, escritora e militante pelos Direitos Humanos e cidadania, militante contra violências de gênero e contra os fascismos. Na literatura, por último, publicou
Se pulsa, arde e resiste (2022) e
Um corpo que goza não envelhece (2023, Infinitta Leitura).
@marlenedefaveri
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