De passagem – contos

Descrição

Autora: Milu Leite

ISBN: 978-85-7474-924-2
Páginas: 70
Peso: 130g
Ano: 2016
Insular Livros

De passagem reúne sete contos que levam o leitor à situação transitória em que algo conduz os personagens a uma experiência singular que transforma suas vidas. Pode ser uma simples vida “antônia” de um motorista de táxi de São Paulo, uma vida de cachorro, de marinheiro, uma vida vazia de quem observa um navio e descobre um segredo, uma vida de mulher atravessada por um encontro casual, uma vida de criança marcada para sempre pela crueldade ou de um homem em crise com sua família. Não importa. O que lemos nessas histórias diz respeito a um segredo não totalmente revelado ou apenas insinuado. Como um segredo que mantém sua tensão ao longo da narrativa, essas histórias compartilham de um tênue fio que as une: algo passa de uma para a outra, algo que às vezes parece evidente, outras não tanto, mas que nos faz ir adiante para descobrir que o segredo da literatura é como um espelho diante do outro. Vemos uma imagem, de um navio com nome de mulher, por exemplo, que se desdobra infinitamente em outras imagens. O mundo se torna duplo e deixa de existir no exato momento em que algo iria se revelar. Os narradores de Milu Leite saboreiam as palavras, acreditam que ainda é possível narrar a experiência, que ainda é possível contar uma história em um mundo saturado de histórias e imagens banais. Parecem nos dizer que o segredo é o esquecimento.
Antonio Carlos Santos

MILU LEITE é escritora e jornalista. Nasceu em São Paulo em 1962. Vive desde 1999 em Florianópolis.
Lançou O dia em que Felipe sumiu (Cosac Naify), obra juvenil premiada com o Jabuti em 2006 (3º lugar) e reeditada em 2015 pela Editora Biruta. Em 2014, publicou também pela Editora Biruta O dia em que b apareceu. Em 2013, organizou e publicou pela Editora Insular o livro Os meus, os teus, os nossos contos, coletânea que reúne textos de participantes das oficinas de escrita criativa que ela ministra desde 2009.

“Não sei o que peixes podem ter a ver com olhos, mas entendo por que o sonho me remete a essa lembrança. Sonho com essa caixa praticamente todas as noites. Agora, refletindo sobre isso, me pergunto se o que me trouxe aqui não foi ela. A caixa. O desejo de encontrá-la. O desejo de encontrá-la e roubá-la. Se é que Pilar ainda conserva essa caixa. Com o olho.”
Fragmento do conto “Conduta”