Os textos que seguem contam dessa longa caminhada de oito anos. Narram as pequenas aventuras do pai, as crises, as intermináveis novas fases do Alzheimer, e a forma que encontramos para lidar com isso. Não é receita, porque cada família precisa acertar o seu passo. Mas, creio eu, podem ajudar a pensar caminhos dentro da dor. Cuidar de um velhinho com demência é se deparar todos os dias com a ceifadora, o que pode nos mostrar o quanto é bom viver o agora. Existir é brincar no grande jardim e não devemos abrir mão disso. Mesmo que a vida nos pregue essas peças, temos de abrir caminhos de alegria não apenas para suportar o sofrimento que é ver um pai ou mãe nessa situação, mas também para garantir esse clima à pessoa que vive o drama do Alzheimer.